Aging in place
Envelhecer em casa, com segurança e dignidade, é este o desejo da maioria das pessoas à medida que envelhecem. O conceito de aging in place, segundo a OMS, reflete exatamente essa vontade: envelhecer em casa e na comunidade, com segurança e de forma independente, o que requer a adaptação do ambiente físico e social.
Em Portugal, esta realidade ganha especial urgência com uma população cada vez mais envelhecida — cerca de 23,9% dos portugueses têm 65 ou mais anos (INE, 2023). Os municípios e as políticas públicas são cada vez mais desafiados a encontrar soluções sustentáveis, personalizadas e centradas na pessoa. O aging in place torna-se assim, não apenas uma preferência pessoal, mas também um objetivo estratégico, permitindo reduzir internamentos, promover a qualidade de vida e envolver as comunidade no cuidado dos seus mais velhos. Este conceito está, inclusive, a ser integrado nas estratégias de envelhecimento de muitos municípios portugueses para os próximos anos.
Porém, sabemos que, sendo um aging in place uma vontade de muitos e necessidade social, ele é também um dos maiores desafios que enfrentaremos no que toca ao envelhecimento.
Implementar este conceito exige conhecimento técnico, um modelo científico e uma mudança de paradigma: um acompanhamento centrado na pessoa. Aqui, o Método Montessori aplicado ao idosos parece uma necessidade — colocar a pessoa no centro do acompanhamento, avaliar e ir ao encontro das suas necessidades (todas as necessidades, não apenas necessidade fisiológicas ou de segurança), avaliar as suas capacidades, promover o sentimento de pertença à comunidade e controlo pela vida — apenar dos desafios que possam existir. Normalizar tudo o que está à volta e respeitar profundamente a pessoa.
O Método Montessori parece-me essencial para que este conceito resulte na prática.
Ser65+ e CuidaVita
A parceria com a CuidaVita nasce de uma missão partilhada: contribuir para a melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas com demência, através da implementação de práticas centradas na pessoa, orientadas pela metodologia Montessori, e que tornam possível o conceito de aging in place.
O encontro com a Sara, fundadora e CEO da CuidaVita, deu-se em contexto de formação, onde rapidamente reconhecemos a sintonia de valores e o potencial transformador de um trabalho conjunto. A colaboração estabelece-se no âmbito do projeto CuidaVita, uma empresa de cuidados ao domicilio com uma visão única, inovadora e diferenciada, em que a Ser 65+ assume um papel fundamental na área de avaliação do idoso, na construção de planos individuais de cuidados e sua monitorização e na formação especializada aos cuidadores formais e apoio às famílias, com base nos princípios do método Montessori aplicado ao idoso com demência.
Esta parceria representa um compromisso com a mudança e com as pessoas: transformar o acompanhamento tradicional e centrado na tarefa e dar lugar a um acompanhamento humanizado e centrado na pessoa.